O Combinado (sobre como virar descamisado) PARTE 2 (RECUPERADO DO BLOG "TIRAR A CAMISA")

 Passei muito tempo acostumado a não tirar, mas quando finalmente consegui, era algo muito estranho. Era muita exposição, novas sensações e liberdade. Mal sabia o que fazer com meus braços. Eles eram duas partes do meu corpo das quais não fazia ideia para que servia. Buscava na minha mente o que eu fazia com eles quando usava camisa, porque eu os sentia muito colados ao meu corpo, meus ombros também estavam tensos e andava um pouco retraído.

Por outro lado, mesmo com toda essa estranheza de passar mais do que cinco minutos sem camisa, as novas sensações da liberdade me deixavam mais animado. Talvez assim se sinta o pássaro quando sai da gaiola e pode esticar as asas e voar de verdade. Eu suava, mas não havia pano algum para molhar as costas. Eu queria tocar minhas costas nas paredes, no sofá, tinha a curiosidade do toque das coisas na minha barriga, como era lavar a louça até mesmo deitar no chão. Gostei de como minhas costas grudavam no azulejo, de como o tecido do sofá pinicava.
Com tudo isso, eu tinha de lidar com a ereção. Era algo muito involuntário e mal sabia porque isso acontecia. No primeiro instante em que meu irmão mandou eu tirar a camisa, fiquei tenso de algo embaixo endurecesse. Porém, naquele momento eu estava tão tenso e ansioso que nada aconteceu. Aos poucos, enquanto saboreava em ter a camisa bem longe do meu corpo, abandonada em qualquer canto, começavam aquelas palpitações dentro da cueca, e quanto mais consciente do meu corpo, mais duradora eram essas palpitações. Tive medo que meu irmão percebesse, já não bastava das provocações para eu vestir a camisa, lidar com as piadinhas por eu estar excitado seria muito vexatório. Mas logo ele foi dormir, logo poderia me aliviar sem ser pego. Acontece que mesmo me aliviando, eu não conseguia dormir. Mesmo o clima do quarto com ar-condicionado, eu sentia muito calor por dentro. Revirava-me de um lado para o outro, e a ereção permanecia, o lençol sobre meu peito, o travesseiro, tudo me estimulava e me agitava demais. Passava das três da madrugada e eu ainda estava muito acordado, buscando relaxar a excitação.
Acordei bem tarde no sábado. Demorei para sair do quarto pois ainda tinha a ereção. A maciez do lençol nas minhas costas me fazia querer continuar ali, mas como precisa demais ir ao banheiro, com muito esforço e ajeitando a cueca para não haver volume, sai do quarto apressado para dentro do banheiro. Ali, ao puxar o calção eu tive ainda mais visão do meu corpo. Parecia quase nu, enxergar aquela parte sem nem tecido caindo. Um arrepio percorreu, quando sacudi, algumas gotas caíram sobre minha barriga nua. Lavei a mão e deixei aquelas gotas secarem, sai dali imaginando o quanto ganharia, se eu não fraquejaria em algum momento.
Meu irmão estava na cozinha, como estava só de cueca, devia ter acordado pouco antes de mim. Era quase onze horas e ele comia o resto da pizza de sexta-feira. Me juntei a ele na mesa. Agora não era apenas ele que estava sem camisa, gostava de eu ser outra companhia descamisada para ele. É complicado vencer essa vergonha, mas a melhor maneira de vence-la é estar perto de outro cara também assim como a gente.
Como ele não cozinhava, comprávamos o almoço em um restaurante no fim da rua. Ele se vestiu inteiro, separando o dinheiro quando parou em frente a porta e tirou a camisa e descalçou a chinela. Perguntei a ele o que aconteceu, passou o dinheiro para mim dizendo para eu comprar o nosso almoço. Fiquei nervoso na hora. Tremia e olhei pela janela, o sol voltando a brilhar após um tempo nublado e a vizinhança bem barulhenta. Ainda fazia parte do combinado, passar o dia inteiro sem camisa, e ele estava me desafiando a sair de casa, a sair na rua, entrar em um local com muita gente. Seu sorriso me desafiava:
- Vai lá comprar nossa comida! Que é, tá nervoso? É homem não?
Olhei para o lado buscando alguma forma de escapar daquilo. Meu cérebro trabalhava alucinadamente por uma forma de trapacear a jogada dele. Pensei em ir no quarto, enfiar uma camisa dentro da bermuda e ao sair na rua vesti-la. Imaginei se daria para pegar a camisa de algum vizinho no varal. Pensei até mesmo em perder aquele jogo, mas se eu perdesse, aí sim ele cairia em cima de mim. Ouviria piadinhas e provocações por muito tempo.
Tremia quando peguei o dinheiro de sua mão. Ele não dizia nada, mas percebia seu deboche. Poderia inventar muitas desculpas, porém eu deveria enfrentar aquilo. Minha barriga era sugada para dentro, parecia haver ali um buraco negro frio. Enquanto um calafrio subia pela espinha, debaixo das axilas escorria suor gelado. Calcei a sandália, mal sabendo como respirar puxei a maçaneta e o sol quase me cegando por um instante. Vila muito movimentada como sempre. Vizinhas conversando pela janela. Crianças corriam. Andava de ombros encolhidos, cabeça baixa. Pensava nos olhares delas, das pessoas ao meu redor ao me ver sem camisa pela primeira vez. Talvez fosse normal, todo homem fica sem camisa, os filhos delas corriam sem camisa, mas eu não estava agindo normalmente. Andar por aí só de bermuda era algo que nunca fazia. Se ao menos houvesse outra cara sem camisa por ali, poderia me sentir menos o foco das atenções. Só queria que ninguém percebesse como estar sem camisa me afetava, ninguém percebesse a vergonha que me pesava.
Da vila até o restaurante levava cinco minutos. A rua da vila estava vazia. Longe dos olhares das vizinhas era algo mais confortável. Comecei a ter o prazer de o sol queimar meus ombros. Fiquei penalizado pois aquele dia estava um pouco nublado, finalmente saía de peito livre, queria ter o sol mais forte em minha pele, bronzeando e apagando a marca da manga da camisa dos meus braços. O vento na minha costa suada era frio, andar pela rua assim era como as amarras fossem cortadas, ou tivesse tirado um sapato apertado. Meu corpo parecia mais fluido, mas articulado, mas leve, tão leve que eu mal sabia como deveria movê-lo.
Ao chegar no restaurante voltou a tensão. Esse era um tipo de restaurante com uma entrada para quem fosse comer lá, e por outro lado, havia uma entrada para aqueles que compraria comida para viagem. Bom, eu não sofreria os olhares de muitas pessoas vestidas sobre meu corpo, mas teria de passar na frente da entrada mais movimentada para chegar aonde queria. Fiquei nervoso que fossem me barrar, mas assim que fiz o pedido, um tanto nervoso e tremendo, me afastei no canto e esperei sem ser incomodado as marmitas serem feitas. Nessa espera eu cruzei os braços e fiquei paralisado com as costas na parede. Ali era mais quente, logo estava derramando gotas atrás de gotas de suor por todo corpo. Como estava muito envergonhado por estar sem camisa, mal me movia, e o pior, desejava muito estar completamente vestido.
- Pensei que você ia amarelar – meu irmão disse quando voltei. Passei pela porta mais aliviado, finalmente está em casa. A primeira coisa que veio à mente foi vestir a minha camisa, após tanto tempo com o corpo exposto ainda mais na frente de tantas pessoas, meu estado natural era cobrir-me. Porém ainda havia a aposta, e por mais que eu estivesse me sentido estranho, eu sempre sonhei em passar por tudo isso, muitas vezes desejei ser forçado a essa maneira e agora estava vivendo. Um tanto acanhado acompanhei meu irmão no almoço, era a primeira vez que comia sem camisa. Era ainda incomodo, por ter ficado muito tempo preso, mas botei em minha mente que deveria começar a me habituar nisso.
Conforme o tempo passava, pouco a pouco experimentava essa vida descamisada. Todavia, nem sempre eu cumpria o acordo, trapaceei várias vezes. Era complicado para meu corpo se acostumar de uma só vez a falta da camisa. Aproveitava que meu irmão estava no banco, sem seu policiamento, voltava a ficar vestido dentro de casa. Isso me irritava, após tanto tempo só desejando, quando finalmente obtinha meu sonho, fazia isso. Por outro lado, a vergonha de atender a porta só de calção passava. Ainda tinha constantes ereções. O melhor momento foi quando me sentei no banco junto aos outros caras; finalmente fazia parte do mundo dos homens, eu não destoava, todos nós de ombros, costas, peito e barriga de fora, nada cobrindo a parte de cima de nossas peles.
Confesso, o dinheiro desse combinado não era importante para mim. Tanto eu quanto meu irmão esqueciam do quanto eu deveria ter acumulado. Porém, certo dia, quando ele se preparava para me levar a escola, relembrou dessa parte e me desafiou a subir na moto dele sem camisa e somente vestir a farda no portão da escola. Obviamente não consegui aceitar. Imaginar todos meus colegas me vendo descer da moto sem camisa, era algo impossível de eu conceber. Meu irmão ofereceu cinquenta reais para eu aceitar esse desafio, não importa o quão tentador isso fosse, jamais teria coragem de aparecer em frente de tantas pessoas da minha escola com a farda no ombro. Mesmo com ele me zoando, subi na moto convicto de minha decisão.
Com isso, voltei a aparecer usando camisa na frente dele. As vezes ele mandava eu tirar, “virar homem”, e eu fazia isso. Ainda estava difícil me acostumar a ser descamisado e gostava de ser repreendido quando me via vestido. Quanto a minha irmã, aos poucos ela melhorava o tratamento, porém meus pais não voltariam até janeiro, logo passaria as festas de final de ano com meu irmão.
No dia 24, a vila inteira se reuniu para preparar a celebração. Meu irmão aproveitou para lavar as roupas, e achei curioso que todas as minhas camisas foram parar na máquina de lavar. Planeja vestir pois eu ajudaria na preparação para a ceia coletiva, então passei o dia inteiro levantando mesas, subindo escadas, puxando os fios das luzes piscas-piscas apenas de calção. Mesmo assim, não reclamei, acho que foi muito melhor e mais prático trabalhar dessa maneira. O corpo movia-se melhor, o suor deixava de ser um empecilho, fedia menos e o corpo resfriava melhor. Havia mais naturalidade em agir, e quando me sentei no chão cansado, senti-me tão satisfeito de ver meu corpo suado.

Lá para as sete horas da noite, descobri outra peça do meu irmão. Ao me arrumar depois do banho, eu vesti a calça, o tênis, mas faltou a camisa. Procurei por todo canto, sem encontrá-la. Ao pergunta-lo, respondeu-me para ficar do jeito que estava. O gaiato estava todo pronto, camisa polo, relógio, perfumado e eu de calça jeans, tênis e nada mais. Poderia ter sido pior se estivesse desacostumado a andar sem camisa pela vila, mas ainda assim era vexatório os olhares das pessoas sobre mim, os vizinhos arrumados comigo naquele estado. Algumas mulheres comentaram por que eu estava assim, o pior que nem um cara estava como eu. Era o único e via que meu irmão estava achando graça de mim. Vizinhos todos reunidos, muita música e pessoas, fiquei num canto e quando deu voltei para casa.

Após um tempo meu irmão foi atrás de mim, fazer-me voltar para festa. Talvez achando que foi longe demais na brincadeira, solidarizando-se comigo, também tirou a camisa, deixando-a jogada no sofá. Ser descamisado é algo bom, mas ser descamisado com outros descamisados é algo melhor. Voltei para festa com ele, aos poucos os outros caras também tiravam a camisa. Lá pelo meio da madrugada, estava reunido no grupo de homens, todos nós só de calça jeans ou bermuda. Sem mais inibições, curtia a companhia e a madrugada desse jeito. Queria tornar esse momento para sempre. Prometi a mim, mesmo com a volta dos meus pais, deixar essa vergonha de lado. Era muito mais fácil ali, com meu irmão, aqueles vizinho levar essa vida. Mas ela era boa demais para eu perder tempo sem vive-la. No fim da noite, todos os descamisados se reuniram para uma foto, mesmo nunca gostando de tirar foto, posicionei-me, ao lado do meu irmão, que passou o braço sobre meu ombro, nossas peles suadas se encontrando e sorrimos para a câmera.

Comentários

  1. Boa tarde amigo blzz?
    Nossa estava lendo sua postagem agora e como lembrei de quando eu passei por essa mesma situação.
    Acho que comigo foi um pouco pior kkk
    Meu irmão por parte de pai mora em uma cidade a 88 km da minha. Ele me cobrava muito que eu parasse com a vergonha de tirar a camisa
    Certa vez o bonitão veio até minha cidade me buscar para um aniversário de um amigo dele, veio de surpresa, qdo chegou na minha casa falou para eu ir tomar banho que iria com ele pra cidade dele onde ele mora com 4 amigos.. pensei , blz final de semana vai ser da hora, voltei pro quarto me troquei, coloquei uma bermuda ,. camiseta tênis e estava pronto pra ir com algumas trocas de roupa pois iria passar 4 dias lA.
    Qdo ele me viu arrumado e com a mochila com as roupas veio na minha direção, pegou a mochila e tirou todas as camisetas, pediu pra eu levantar os braços e tirou a que eu estava vestindo, na hora pensei q ele iria pegar outras, que aquelas não estava no gosto dele, aí perguntei, mas como qual eu vou? Ele só me olhou e disse: vc vai assim, sem camisa mesmo.
    Surtei .... Era algo impossível pra mim, mas ele fez eu ir assim... Cheguei na festa só eu sem camisa, várias pessoas perguntando, olhando e as vezes até zuando, logo depois da festa fomos pra casa dele e ali continuei sem camisa por 4 dias até voltar pra minha casa.. eu percebi q ele se divertia com minha vergonha e constrangimento, eu não vou mentir, morria de vontade de por uma camisa mas gostei da situação, depois disso me acostumei e virou hábito, mas ir pra uma outra cidade dentro do carro sem camisa , ir a uma festa de.aniversario e ainda permanecer 4 dias com pessoas olhando e zuando foi meio tenso, mas foi divertido!

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